SUPERBID EXCHANGE CRIA PLATAFORMA PARA EMPRESAS DE ÓLEO E GÁS NEGOCIAREM PEÇAS PARADAS EM ESTOQUE 3w474z
Com o objetivo de transformar estoques ociosos em novas oportunidades de receita, a Superbid Exchange lançou a plataforma BidParts, voltada à negociação de peças e ativos industriais entre empresas do setor de óleo e gás. A solução foi desenvolvida para evitar desperdícios e mitigar impactos financeiros, viabilizando a recuperação do capital investido antes que as peças se deteriorem. “A ideia é transformar esse estoque parado em capital para que a empresa possa reinvestir no próprio negócio. Enxergamos uma grande oportunidade aí, especialmente no setor de óleo e gás, onde há um consumo elevado de peças e partes importadas”, afirma Jacqueline Luz, diretora comercial da Superbid Exchange, nossa entrevistada desta segunda-feira (2). A primeira companhia a aderir à plataforma foi a Constellation, do segmento de perfuração offshore. Outras empresas também têm demonstrado interesse na solução. “Muitas vezes, uma empresa está com um volume gigantesco de peças e partes armazenadas, enquanto outra está procurando ou até comprando de fora. Então, entendemos que vamos trazer muita transparência e compliance nessa nova jornada digital”, conclui a executiva.
Poderia explicar um pouco sobre o Bidparts? Qual a ideia por trás dessa solução?
A indústria em geral precisa manter estoques para manutenção, operação e reparos. Isso é essencial para manter a produtividade, seja em plataformas, sondas ou nos processos produtivos industriais. Só que, ao longo do tempo, esse estoque pode se tornar um problema. Muitas vezes, por motivos estratégicos, um projeto é descontinuado, ou a expectativa de aplicação não se concretiza — o que gera o chamado “sobressalente”. É nesse contexto que entra a proposta do BidParts.
A ideia é transformar esse estoque parado em capital para que a empresa possa reinvestir no próprio negócio. Enxergamos uma grande oportunidade aí, especialmente no setor de óleo e gás, onde há um consumo elevado de peças e partes importadas. Como o processo de importação tem seus prazos e trâmites, as empresas precisam manter um estoque maior do que o normal em comparação com indústrias que operam exclusivamente dentro do Brasil.
Então, a ideia de criar o BidParts surgiu a partir de uma demanda da própria indústria de óleo e gás? Conta um pouco da origem dessa solução.
Exatamente. A Superbid já atua nesse setor realizando a venda de itens em diversas categorias — equipamentos, sucatas, tubulações, entre outros. E percebemos que havia uma necessidade clara das empresas: vender seus estoques de forma mais estruturada. O que acontece com frequência é que os processos de compras e suprimentos das companhias são muito bem desenvolvidos, mas, quando se trata da venda de ativos, muitas empresas acabam não adotando as melhores práticas.
O que víamos bastante era uma venda feita no “modo desespero” — a empresa precisa liberar espaço rapidamente e acaba se desfazendo do material por um preço abaixo do ideal ou até mandando para sucata. A partir disso, começamos a provocar nossos clientes a pensarem em vender esses ativos no momento certo, com mais estratégia, para maximizar os resultados. A proposta de valor do BidParts é justamente essa: digitalizar 100% do estoque disponível de uma empresa, mesmo que ela ainda não tenha decidido vender. Se surgir o interesse de algum comprador, ele faz uma proposta — e só então a empresa decide se quer vender ou não.
Além da tecnologia, vocês prestam outros tipos de apoio ao cliente? Como funciona essa parte?
A tecnologia é apenas o meio. Muitas vezes, as empresas precisam de uma estrutura de serviços para viabilizar a operação como um todo. Costumamos dizer que uma ideia, sozinha, não vale nada se não for bem executada. E, dentro da indústria — especialmente no setor de óleo e gás —, há uma disputa constante por tempo, foco e recursos. O core business dessas empresas não é vender peças: é perfurar, operar sondas, manter a produção em andamento.
É nesse ponto que a Superbid entra como um acelerador do projeto, assumindo etapas importantes do processo, como catalogação, digitalização, registro fotográfico e precificação dos ativos.
A precificação, em especial, é uma etapa crítica — e sensível ao câmbio. Muitas peças foram adquiridas com um dólar antigo, o que exige um cuidado maior para definir o valor atual. Além disso, há o fator da aplicação: algumas peças são universais, mas outras foram desenhadas sob medida para um projeto específico. Se não houver reaproveitamento, a peça pode acabar sendo vendida apenas pelo valor do material — ferro, aço, entre outros.
Como vocês avaliam o impacto dessa nova solução para o mercado? Que tipo de novos negócios podem surgir entre as empresas?
De uma forma muito informal, as empresas já trabalham nessa consulta de disponibilidade de peças. Mas é um processo super fragmentado. Então, a plataforma BidParts vem como uma solução para formalizar o processo, garantindo governança e compliance. Quando você amplia para o mercado as peças que tem disponíveis, você não só acelera o ciclo de venda, como também dá visibilidade. Muitas vezes, uma empresa está com um volume gigantesco de peças e partes armazenadas, enquanto outra está procurando ou até comprando de fora. Então, entendemos que vamos trazer muita transparência e compliance nessa nova jornada digital.
Poderia contar como tem sido a experiência das empresas que já usam o sistema? Há mais empresas interessadas?
A Constellation foi a primeira a adotar o sistema, e a experiência tem sido muito positiva — até porque a empresa está contribuindo ativamente para o desenvolvimento do processo. Ela já digitalizou uma parte significativa dos seus ativos e segue avançando nas atualizações necessárias.
Além disso, temos conversado com praticamente todas as empresas do setor, e o interesse tem sido grande — tanto por parte de quem quer publicar estoques quanto de quem busca oportunidades de compra. Um exemplo foi uma petroleira relevante do Rio de Janeiro, que demonstrou interesse em comprar itens.
Para fechar, poderia comentar sobre a perspectiva da empresa em relação ao mercado de óleo e gás?
Acreditamos muito no mercado de óleo e gás — não só pelo seu potencial, mas também pela relevância estratégica dentro do setor de energia como um todo. É um segmento fundamental para a nossa atuação, e temos observado um movimento crescente de busca por inovação. O modelo que estamos propondo é algo novo não apenas no Brasil, mas em nível global.
Também vemos o setor cada vez mais alinhado com as pautas de ESG e sustentabilidade. A circularidade, por exemplo, tem saído do discurso e entrado efetivamente na prática. As empresas estão empenhadas em otimizar recursos — não apenas para reinvestir no negócio, mas para gerar impacto positivo dentro da lógica da economia circular.
Acreditamos que nossa solução contribui diretamente para essa agenda. Ela traz governança, compliance e digitalização ao processo de gestão de ativos, ao mesmo tempo em que evita a extração de novos recursos, promovendo a reutilização de peças e a extensão do ciclo de vida dos equipamentos.
É um setor que vive um momento de fortes investimentos, e entendemos que, diante disso, eficiência é essencial — tanto na alocação de recursos quanto na forma como esses ativos são geridos ao longo do tempo.
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