SILVEIRA DIZ QUE FALTA CORAGEM AO PRESIDENTE DO IBAMA PARA DISCUTIR LICENÇA AMBIENTAL DA MARGEM EQUATORIAL 69715y
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (foto), disse que tem sido ignorado pelo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, ao pedir reuniões com o chefe do órgão ambiental para discutir o licenciamento do poço da Petrobrás na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. Para o ministro, falta coragem a Agostinho para assumir suas posições a respeito do tema, que se arrasta há anos dentro do Ibama.
“Eu já fiz o pedido [para realizar uma reunião], reiterei o pedido, mas não recebi nenhuma resposta”, disse Silveira nesta quinta-feira (20), após um evento do Brics, em Brasília. “Eu prefiro acreditar que há um receio dele de ter coragem de falar com o público brasileiro qual que é a resposta dele com relação à Margem Equatorial. Eu vou atender ao interesse nacional, interesse já manifestado pelo presidente da República”, acrescentou.
Apesar de Agostinho ser subordinado à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Silveira evitou atacar diretamente a colega. No entanto, afirmou que pedidos feitos por chefes de ministérios não deveriam ser ignorados pelas autarquias federais. “Qualquer ministro de Estado que pedir uma audiência com uma das minhas vinculadas e não for respondido de imediato, marcando a data, tenho certeza que seria repreendido por mim. Porque nós somos um governo. Um governo deve trabalhar uníssono no interesse da população brasileira”, declarou.
Silveira frisou que não considera a possibilidade de um adiamento da decisão sobre a Margem Equatorial para o próximo ano, após a realização da Conferência do Clima (COP-30), em Belém (PA). Lideranças do governo defendem a ideia de que a questão deveria ser resolvida o quanto antes da COP-30, ou então deixar a decisão apenas para o ano que vem.
“Estou convicto de que nós vamos para a COP, independentemente das pesquisas da Margem Equatorial, de cabeça erguida. Porque nós vamos fazer [o evento] dentro do pulmão do planeta, que é a nossa floresta amazônica, e fazer as pesquisas [de óleo e gás] de forma extremamente adequada do ponto de vista ambiental”, disse.
Como se sabe, a Petrobrás pretende perfurar um poço no bloco FZA-M-059, a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas. Em maio de 2023, o Ibama rejeitou o pedido de licença da Petrobrás para perfuração da área, que fica dentro da Bacia da Foz do Amazonas, na costa do Amapá. A petroleira fez um pedido de reconsideração e aguarda até hoje a resposta do órgão ambiental.
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O ministro tem todos os motivos para estar contrariado com a sabotagem explícita da área ambiental do governo à exploração da Margem Equatorial. Mas não pode, de modo algum, repetir uma bobagem como a de que a floresta amazônica é o “pulmão do mundo”, uma dupla falácia já amplamente desmentida e que apenas reforça a percepção fundamentalista de que a Amazônia deve ser mantida como um santuário intocado.