SERGIPE DECIDE INCENTIVAR O USO DO GÁS NATURAL COM PROPOSTAS PARA REDUZIR CUSTOS PARA CONSUMIDORES AMPLIANDO A DISTRIBUIÇÃOP 46e1e
Sergipe deu mais um o no processo de abertura do mercado de gás natural, a partir de propostas para ajustes no contrato entre a empresa concessionária SERGAS e o Estado, visando reduzir os custos para os consumidores e ampliar a distribuição. A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de Sergipe (AGRESE) apresentou propostas que devem gerar benefícios diretos, como tarifas mais competitivas para indústrias, comércios, motoristas de GNV e consumidores residenciais; ambiente regulatório mais claro e previsível com estímulo a novos investidores; ampliação da rede de distribuição levando o gás natural a mais regiões do do estado e o fortalecimento do gás natural como alternativa energética limpa e eficiente. Sylvie D´Apote, diretora executiva de gás natural do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), disse que “Essas propostas representam um marco para a modernização do setor de distribuição de gás natural no estado, que possui atualmente a regulação mais avançada do país em termos de abertura de mercado livre de gás natural.”
Para o diretor de Gás Natural da ABRACE Energia, Adrianno Lorenzon (foto à direita), “Sergipe entendeu que para utilizar o gás natural como instrumento para desenvolvimento econômico, é preciso enxergar a cadeia como um todo, trazendo competitividade ao custo final pago pelo consumidor. As propostas da AGRESE ressaltam mudanças centrais e necessárias para reduzir o custo da distribuição de gás”.
Marcio Felix (foto abaixo, à esquerda), presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP). Juntas, as entidades reconheceram o empenho de Sergipe para garantir mais competitividade, transparência e a atração de novos investimentos. “Além de novos benefícios para os consumidores de Sergipe, este exemplo de revisão de contrato, além de corrigir distorções e estimular novos investimentos, reforça o papel de Sergipe como estrela-guia do mercado de gás brasileiro, inspirando outros estados.”
O documento é fruto de análises técnicas detalhadas e das contribuições da Audiência Pública. realizada em julho do ano ado. Veja as principais propostas:
- Revisão da Taxa de Retorno da Concessionária
Atualmente, a concessionária recebe uma remuneração fixa de 20% sobre os investimentos. Essa remuneração, estabelecida nos anos 90, quando o contrato foi assinado e não reflete as atuais condições do mercado e representa um modelo ultraado de remuneração das concessões de serviços públicos. A proposta da AGRESE é substituir esse modelo pelo WACC (acrônimo que significa em Português “Custo Médio Ponderado de Capital”). Esse modelo, muito utilizado em outros setores e já adotado nos contratos de concessão das distribuidoras de gás canalizado do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito Santo, visa ajustar a taxa de retorno do concessionário ao risco do setor, com revisões a cada 4 ou 5 anos, o que garante o equilíbrio econômico-financeiro do concessionário, mas ao mesmo tempo permite que os ganhos de eficiência sejam reados ao consumidor final.
- Eficiência na Gestão de Custos Operacionais
No contrato de concessão atual não é apenas o custo do capital que é remunerado em 20% ao ano. Essa mesma remuneração fixa de 20% incide sobre as despesas operacionais da concessionária, o que pode gerar incentivos à ineficiência. A Nota Técnica sugere eliminar a remuneração fixa sobre as despesas, estimulando a concessionária a buscar melhores práticas e reduzir custos para os consumidores.
- Modernização do Cálculo Tarifário
A proposta dá mais transparência na separação dos custos de distribuição e comercialização, garantindo previsibilidade para consumidores e investidores e evitando distorções tarifárias.
- Reavaliação dos Critérios de Depreciação
O contrato atual estabelece um prazo fixo de 10 anos para a depreciação dos ativos, independentemente de sua vida útil. A proposta da AGRESE pretende calcular a depreciação com base na real durabilidade dos equipamentos, em linha com as práticas mais modernas, o que teria o efeito de reduzir custos desnecessários nas tarifas.
- Ajuste na Base de Cálculo Tarifário
No contrato atual, apenas 80% do volume projetado de gás é considerado para o cálculo tarifário, o que encarece desnecessariamente as tarifas. A proposta prevê que 100% do volume previsto seja usado no cálculo tarifário, tornando o sistema mais justo e reduzindo os custos para os consumidores.
- Fortalecimento da Autonomia da AGRESE
A independência da Agência é essencial para garantir uma regulação equilibrada e transparente, protegendo os interesses dos consumidores, do Estado e da concessionária.
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