PESQUISA DA WESTWOOD MOSTRA QUE EUFORIA COM ENERGIA EÓLICA OFFSHORE DIMINUI EM MEIO A BARREIRAS E DESAFIOS t1o28
O setor de energia eólica flutuante alcançou marcos relevantes em 2024, incluindo 9,8 GW em novas concessões, até 11,7 GW em lançamentos de licitações e a concessão de subsídios para projetos em escala comercial na França, no Reino Unido e na Coreia do Sul. Apesar desses avanços, o progresso geral tem sido mais lento do que o inicialmente projetado. Além disso, o otimismo com o futuro dessa rota tecnológica está em queda, segundo um novo levantamento feito pela Westwood Energy. Em comparação com 2024, a maioria dos entrevistados relatou menor otimismo em 2025, com destaque para os desenvolvedores. Esse grupo, que demonstrava maior entusiasmo no levantamento anterior, agora se mostra o menos otimista entre os demais perfis empresariais avaliados. Segundo a Westwood, esse movimento reflete uma revisão das ambições offshore e uma reorganização de portfólios focada mais em valor do que em volume.
No levantamento mais recente, 63% dos desenvolvedores disseram estar menos otimistas do que no ano anterior, frente a apenas 25% em 2024. Entre os participantes da cadeia de suprimentos, a percepção negativa também aumentou: 57% estão menos otimistas em 2025, contra 47% no ano anterior. Já no grupo “outros”, que inclui analistas, consultores e instituições financeiras, 43% relataram queda no otimismo em 2025, comparado a 40% em 2024. O grupo de desenvolvedores, que antes era o mais confiante, ou a ser o mais cético do setor, refletindo os desafios enfrentados e a revisão estratégica que várias empresas têm adotado nos últimos meses.

Gráfico mostra recuo no otimismo da indústria com o futuro da energia eólica offshore – clique para ampliar
A Westwood também chamou a atenção para a redução nas projeções para o crescimento da capacidade instalada de eólicas flutuantes até 2030. A maioria dos entrevistados acredita que a capacidade global deve permanecer abaixo de 3 GW até 2030. Para 2040, o cenário é mais otimista, mas agora há uma dispersão maior nas previsões, com respostas divididas entre os intervalos de 3–6 GW, 7–10 GW e acima de 10 GW, indicando uma postura mais conservadora do que a registrada na pesquisa de 2024.
As regiões com maiores expectativas de crescimento até 2040 são a Europa e a Ásia-Pacífico (APAC), com a maioria dos entrevistados projetando entre 3 e 5 GW de capacidade instalada em cada uma delas. Enquanto isso, as expectativas para as Américas continuam modestas. Os entrevistados preveem pouca capacidade operacional até 2030 e projeções tímidas até 2040, concentradas nas faixas inferiores. Isso reflete, segundo a Westwood, o impacto duradouro da retirada de apoios regulatórios nos Estados Unidos, que abalou o sentimento do mercado na região.
OS MAIORES DESAFIOS PARA PROJETOS MOVIDOS A VENTOS MARÍTIMOS
As principais barreiras para o desenvolvimento da energia eólica offshore flutuante podem ser divididas entre obstáculos financeiros e não financeiros. Os altos custos iniciais e a confiança limitada dos investidores são vistos como os principais entraves financeiros, apontados por 77% e 61% dos entrevistados, respectivamente. Já entre os fatores não financeiros, as limitações da infraestrutura portuária e a falta de padronização tecnológica continuam sendo os principais desafios para o avanço do setor.
Curiosamente, embora a inflação tenha sido frequentemente citada como um problema relevante para o setor eólico offshore nos últimos anos, menos de 25% dos participantes da pesquisa a consideraram uma das principais barreiras no caso da energia eólica flutuante.
Por fim, os entrevistado foram claros quanto ao papel que os governos devem exercer, recomendando que a eólica flutuante seja tratada como um setor distinto, com políticas e subsídios específicos, e não como uma subcategoria da energia eólica offshore. Isso inclui a criação de iniciativas voltadas à redução de custos específicas para tecnologias flutuantes. O investimento em infraestrutura portuária para viabilizar a implantação em escala industrial também foi apontado como essencial. Em última análise, um compromisso governamental claro e de longo prazo é visto como crucial para desbloquear o pleno potencial do setor.
Os entrevistados também destacaram a importância da ação liderada pela própria indústria. As prioridades incluem o compartilhamento de boas práticas e lições aprendidas para aumentar a eficiência, a colaboração para padronizar tecnologias de plataformas flutuantes e a formação de parcerias estratégicas em projetos, visando mitigar riscos financeiros. A íntegra dos resultados da pesquisa podem ser lidos neste link.
Deixe seu comentário 30562h