O DITADOR NICOLÁS MADURO ENVIA LANCHAS ARMADAS PARA INTIMIDAR FPSO DA EXXONMOBIL QUE EXPLORA PETRÓLEO NA GUIANA 21699
Dizem que cachorro que ladra, não morde. Mas é bom os presidentes da Guiana e da ExxonMobil tomarem cuidado. Usando a linguagem que conhece bem, com força e ameaça, o ditador de plantão da Venezuela, Nicolás Maduro, ou a fazer novas ameaças à Guiana. Ele disse que tomará medidas para impedir a exploração petrolífera num território que ele considera “pendente de delimitação”. O ditador aproveitou um evento em Caracas para fazer acusações contra o governo guianense, dizendo que o país “usa um mar territorial pendente de delimitação internacional para atividades de exploração de petróleo com a empresa americana ExxonMobil, que é uma atividade ilegal. A Venezuela rejeita, denuncia e tomaremos todas as medidas para impedir a ação ilegal da ExxonMobil e do governo entreguista da Guiana”. Apesar das ameaças, o ditador não deu detalhes do tipo de ação que pretende implementar na região rica em petróleo e recursos naturais que a Venezuela reivindica como sua.
O episódio ocorre dias depois do presidente da Guiana, Irfaan Ali, expressar “grave preocupação” com a presença de embarcações armadas da Marinha venezuelana perto de uma plataforma da ExxonMobil, o que teria colocado em alerta o FPSO da petroleira americana, depois de manobras intimidatórias. Maduro acusou o presidente guianense de mentir “descaradamente” e anunciou que solicitará imediatamente a convocação do mecanismo de Argyle – que compromete ambos os países a se absterem de escalar qualquer conflito – como um “espaço para a resolução pacífica da disputa”. A Comunidade do Caribe (Caricom) divulgou uma
nota pedindo que a Guiana e a Venezuela a “evitem ações de confronto desnecessárias” e pediu à Caracas que “ordenasse a retirada urgente da embarcação das águas guianenses e, além disso, que se abstivesse de entrar em contato com as plataformas FPSO”.
Atualmente, os dois países aguardam uma decisão do Tribunal Internacional de Justiça (CIJ) sobre a disputa territorial, mas Maduro já disse que não reconhecerá uma decisão contrária aos seus interesses. Para lembrar, as disputas de limites fronteiriços sobre o Essequibo começaram com o Laudo Arbitral de Paris de 1899, que deu soberania sobre o território à então Guiana Britânica. Décadas depois, a Venezuela declarou essa decisão nula e assinou o Acordo de Genebra de 1966 com o Reino Unido, que estabeleceu uma comissão para resolver a disputa histórica, que não se concretizou.
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