MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA DIZ QUE ESTÁ PRIORIZANDO MINERAÇÃO DE URÂNIO E QUER ATRAIR INVESTIMENTO PRIVADO 596f5z
O urânio é a pauta da vez no Ministério de Minas e Energia. O diretor do Departamento de Planejamento e Política Mineral da pasta, Anderson Barreto Arruda, afirmou durante uma palestra na feira NT2E 2025, no Rio de Janeiro, que o fomento à extração desse mineral é um assunto que tem sido priorizado pelo ministro Alexandre Silveira. “Dentro da agenda mineral, é o tema que mais tem demandado atenção direta dele. O ministro reconhece o potencial do Brasil de desenvolver rapidamente essa cadeia e está empenhado em apoiar a produção mineral de urânio“, disse Arruda.
O diretor também destacou que a mineração do urânio é o tema que mais mobiliza esforços atualmente dentro do Departamento de Planejamento e Política Mineral. “Estamos trabalhando para entregar resultados concretos ao mercado em breve. A pauta do urânio também tem sido prioridade nos trabalhos do Departamento de Planejamento e Política Mineral“, declarou.
Arruda destacou que a produção mundial de urânio hoje está bastante concentrada em três países: Austrália, Canadá e Cazaquistão. Essa concentração, segundo ele, representa um risco geopolítico para o mundo e tem levado grandes produtores de energia nuclear a buscar novos fornecedores confiáveis. “Sem dúvida nenhuma, o Brasil pode se tornar um desses players globais no fornecimento de urânio“, avaliou.
O diretor do MME acredita que o mercado mundial de urânio tem espaço para o Brasil — não apenas para atender o próprio programa nuclear brasileiro, mas também para exportar o excedente. “O cenário internacional está cada vez mais favorável à energia nuclear. Isso se reflete em oportunidades para o Brasil, que pode se posicionar como um dos grandes players da cadeia nuclear“, afirmou.
Arruda destacou um trabalho feito recentemente pelo Serviço Geológico do Brasil com o projeto Urânio Brasil, que consolidou dados de 300 ocorrências históricas do mineral no país. O resultado foi a criação de mapas de favorabilidade e a identificação de províncias com forte potencial, como Lagoa Real, onde está localizada a mina de Caetité (BA), e a província de Rio Cristalino, no Pará.
No entanto, o representante do MME também reconheceu que para aproveitar as oportunidades na cadeia do urânio, será preciso parcerias com o setor privado. “Precisamos atrair investimentos privados, sobretudo para pesquisa mineral e desenvolvimento da cadeia produtiva do urânio — da lavra até a produção do combustível. Para isso, estamos trabalhando no aprimoramento do marco regulatório. A Lei nº 14.514 foi um avanço importante, mas ainda faltam instrumentos que garantam segurança jurídica e um ambiente mais favorável aos negócios“, ponderou.
Arruda finalizou dizendo que a pesquisa mineral é intensiva em capital e risco — e ninguém está mais preparado para isso do que o setor privado. De acordo com ele, é necessário estabelecer regras claras para casos em que o urânio aparece como mineral associado. “Temos diversos ativos no Brasil em que o urânio, antes visto como contaminante, hoje pode ser um diferencial competitivo. O Brasil tem um imenso potencial, e nós, no MME, estamos atentos e empenhados em desenvolver estratégias para transformar esse potencial em realidade“, concluiu.
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