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LUBRIZOL PREVÊ OPORTUNIDADES E DESAFIOS NO MERCADO BRASILEIRO COM A NOVA ESPECIFICAÇÃO GLOBAL DE LUBRIFICANTES 113v14

Imagem do WhatsApp de 2025-03-11 à(s) 14.32.57_6897c0dbA nova especificação global de lubrificantes SP definida pelo API (sigla em inglês para Instituto Americano do Petróleo) está chegando ao mercado e promete impactos significativos na indústria automotiva mundial. No entanto, sua adoção pode enfrentar desafios específicos no Brasil, onde a maioria dos consumidores ainda desconhece as características dos óleos que utilizam em seus veículos. Uma fatia de 60% do mercado nacional está concentrada em lubrificantes de maior viscosidade — considerados obsoletos pelas montadoras há mais de duas décadas. Além disso, 70% dos donos de carros não conhecem as especificações básicas de seus automóveis. Esse cenário mostra o tamanho do desafio com a chegada da nova especificação. “Aqui no Brasil, o desafio é acelerar essa adoção. Há uma questão cultural no país, que tem um ritmo diferente de adoção de novas tecnologias quando comparado a mercados mais desenvolvidos. O desafio é conscientizar o mercado e acelerar essa curva de adoção”, disse o Gerente de Marketing de Aditivos da Lubrizol na América Latina, Danilo Sad. O executivo avalia que com o crescimento da frota brasileira e a transição para veículos híbridos, a demanda por soluções mais eficientes e sustentáveis está em ascensão. “Olhando para o futuro, vemos um mercado em crescimento, caminhando para a eletrificação, e que demandará acompanhamento técnico constante. Isso não se aplica apenas aos lubrificantes, mas a todos os componentes, fluidos e peças. A grande oportunidade aqui é elevar o nível técnico do mercado, e esse é o nosso propósito: contribuir para esse avanço, auxiliando empresas, instituições e clientes nesse movimento”, acrescentou.

Para contextualizar nossos leitores, poderia detalhar um pouco mais sobre o dado de que 70% dos brasileiros não conhecem bem os lubrificantes que usam? Quais fatores o senhor atribui a essa falta de conhecimento?

lubrizolO ponto é que lubrificantes são produtos de baixíssima interação com o usuário. A maioria das pessoas provavelmente não se lembra da última vez que trocou o óleo do seu carro. E, mais do que isso, dificilmente sabe qual tipo de óleo foi usado. A recomendação geral é trocar o óleo pelo menos uma vez por ano ou a cada 10 mil quilômetros. Mas, mesmo quem roda pouco deveria trocá-lo a cada seis meses, porque o baixo uso pode ser prejudicial à mecânica do veículo. Essa falta de envolvimento faz com que a categoria tenha uma correlação muito baixa com o consumidor final. Isso explica, em grande parte, o desconhecimento sobre qualidade e diferenciação dos lubrificantes automotivos.

Quais seriam as consequências práticas de usar o lubrificante errado no dia a dia do usuário?

Existem dois grandes aspectos a considerar. O primeiro é o impacto mecânico. Motores e equipamentos são projetados para operar dentro de determinadas especificações. Se essas exigências não são atendidas, a performance piora. Isso pode gerar desgaste prematuro, acúmulo de resíduos, corrosão e até falhas no motor.

O segundo é o impacto no consumo de combustível. Quando um motor opera fora das condições ideais, ele precisa fazer mais esforço para funcionar. Isso aumenta o consumo de energia e, consequentemente, os custos.

Além disso, um motor ineficiente gera mais emissões poluentes. Então, ao usar um lubrificante inadequado, o usuário sofre três vezes: gasta mais dinheiro com manutenção, consome mais combustível e ainda impacta negativamente o meio ambiente.

De maneira geral, como o mercado pode melhorar a comunicação com consumidores para entender melhor todas essas questões que discutimos aqui? 

bigstock-sistema-de-lubricacion-aceite-autoAcho que há alguns caminhos que já vêm sendo trilhados. Um fato curioso é que o mercado brasileiro de lubrificantes é extremamente circular. Recolhemos e refinamos o lubrificante usado, bem como reciclamos as embalagens. Temos uma economia bastante circular, bem diferente de outras partes do mundo. A indústria brasileira, nesse aspecto, é bastante evoluída. É uma pena que esse esforço muitas vezes e despercebido, mas existe um grande trabalho de todos os agentes da indústria nesse sentido.

Outro ponto importante é a capacitação dos profissionais do setor. Muitas empresas já investem nisso, mas ainda há um desafio grande. Como mencionamos, muitos consumidores delegam a escolha do lubrificante ao mecânico, frentista ou balconista. Logo, capacitar esses profissionais é essencial. Muitas pessoas entram nesse mercado em busca de sustento, abrindo pequenos negócios, oficinas, e nem sempre conseguem o a uma formação adequada. 

Acho importante reforçar que nossa empresa é B2B, ou seja, não atuamos diretamente no canal do consumidor final. A Lubrizol participa da ABD (Associação Brasileira de Downstream), que faz parte do IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo). Lá, temos diversos fóruns sobre comunicação e meio ambiente, onde discutimos melhores práticas junto aos agentes do mercado B2C, que lidam diretamente com o consumidor. Na Comissão de Comunicação da ABD, trabalhamos para comunicar melhor esses benefícios sobre a escolha  correta do lubrificante. 

Podemos falar sobre a nova especificação de óleo lubrificante? Qual é o impacto dessa nova especificação, considerando o que discutimos sobre a falta de conhecimento do consumidor?

Está sendo lançada neste mês, de forma global, a primeira licença API SQ e ILSAC GF-7, novas especificações para veículos leves. O foco principal é a economia de combustível, além de melhorias na proteção do motor contra falhas, como a chamada batida de pino (LSPI). 

Nos Estados Unidos, por exemplo, a migração ocorre rapidamente, modernizando todo o mercado. Aqui no Brasil, o desafio é acelerar essa adoção. Há uma questão cultural no Brasil, que tem um ritmo diferente de adoção de novas tecnologias quando comparado a mercados mais desenvolvidos. O desafio é conscientizar o mercado e acelerar essa curva de adoção. 

A viscosidade influencia diretamente na eficiência do motor e no consumo de combustível. Nos últimos 20 anos, as montadoras já não recomendam óleos 20W-50, por exemplo. A tendência é utilizar óleos de menor viscosidade para reduzir o esforço do motor e, consequentemente, o consumo de combustível. No entanto, no Brasil, cerca de 60% do consumo de lubrificantes ainda está nas viscosidades mais altas (20W-50 e 15W-40), o que mostra como estamos defasados.

Do ponto de vista da Lubrizol, que desafios e oportunidades de negócios vocês enxergam no Brasil, especialmente diante dessa nova especificação? 

aço carrosDe uma forma geral, estamos vendo uma demanda cada vez maior por soluções ambientalmente mais positivas. Há uma série de leis e avanços tecnológicos sendo desenvolvidos. O mercado ainda está bastante dinâmico. Em algumas regiões mais desenvolvidas do mundo, já se observa uma estagnação ou até um declínio da frota. No Brasil, porém, ainda há um grande crescimento, com aumento da população e da frota de veículos, além de uma tendência crescente de eletrificação.

Quando falamos de eletrificação, não nos referimos apenas aos veículos 100% elétricos. Aqui no Brasil, talvez a grande aposta esteja nos veículos híbridos. Dito isso, os veículos híbridos trazem desafios enormes. Nesses veículos, o motor de combustão interna não opera 100% do tempo — ele liga e desliga conforme o ciclo de uso e as exigências.

O problema é que os motores precisam atingir determinada temperatura para funcionar corretamente e eliminar subprodutos da queima, como a água. Se a temperatura ideal não for atingida, há o risco de formação de gotículas de água, que podem ser extremamente corrosivas. Esses desafios tornam os lubrificantes cada vez mais exigidos tecnicamente. 

Olhando para o futuro, vemos um mercado em crescimento, caminhando para a eletrificação, e que demandará acompanhamento técnico constante. Isso não se aplica apenas aos lubrificantes, mas a todos os componentes, fluidos e peças. A grande oportunidade aqui é elevar o nível técnico do mercado, e esse é o nosso propósito: contribuir para esse avanço, auxiliando empresas, instituições e clientes nesse movimento.

A Lubrizol é uma indústria muito grande e moderna, parte do grupo Berkshire Hathaway, do Warren Buffett. Já existe um investimento significativo previsto para o Brasil nos próximos anos. Temos grandes expectativas de crescimento. 

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