INICIATIVA DA CNEN DE CONSTRUIR UM MICRORREATOR NUCLEAR SE TRANSFORMA EM OTIMISMO SEM DEIXAR DE LADO A CONCLUSÃO DE ANGRA 3 663l1h
A informação de que a Comissão Nacional de Energia Nuclear iniciou um projeto de três anos para demonstrar a viabilidade do desenvolvimento de um microrreator brasileiro de 3-5 MW, repercute ainda na comunidade nuclear brasileira. A ideia é que o microrreator caiba em um contêiner de 40 pés e seja operado remotamente por mais de 10 anos sem necessidade de reabastecimento. Os usos sugeridos incluem fornecer energia confiável para cidades remotas, hospitais e fábricas e reduzir a dependência de geradores a diesel. Várias universidades e a Marinha do Brasil e a AMAZUL também estão envolvidas no projeto. Isto merece uma boa comemoração, principalmente pelos brasileiros e pelas instituições que trabalham seriamente há anos em benefício do crescimento do Programa Nuclear Brasileiro. E isto, apesar de retrocessos como de ter um advogado quase intruso e diretores responsáveis pelo pior momento histórico da Eletronuclear, a empresa que é um símbolo de desenvolvimento tecnológico do Brasil. O SMR é motivo de comemoração, mas não se deve esquecer a conclusão de Angra 3.
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) diz que seu Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) será responsável pela pesquisa e desenvolvimento de materiais essenciais para o microrreator, e seu Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) será responsável por montar uma unidade subcrítica, para demonstrar a viabilidade, mas sem uma reação em cadeia autossustentável. O professor João Moreira (foto abaixo, à esquerda), da UFABC e coordenador técnico do projeto, disse que “Ainda não há um microrreator operando no mundo com tecnologia consolidada. Estamos desenvolvendo algo original, baseado em nossa competência técnica e industrial, aproveitando a experiência do programa nuclear da Marinha, do IPEN e do IEN. O conhecimento será produzido aqui, com insumos nacionais, para que o Brasil tenha autonomia e competitividade nesse setor estratégico.”
O trabalho do IPEN se concentrará no estudo de diferentes moderadores, disse a CNEN, incluindo óxido de berílio e material de barra de controle, carboneto de boro. O IEN retomará as pesquisas iniciadas na década de 1970 com o desenvolvimento de uma unidade subcrítica. De acordo com um artigo publicado pela CNEN delineando os planos do microrreator, o desafio para o IEN “será testar o comportamento dos nêutrons dentro do reator e outros aspectos da física do reator. Por meio de experimentos, o instituto buscará comprovar se os cálculos teóricos sobre o funcionamento dos núcleos reduzidos correspondem às expectativas. Além disso, o IEN contribuirá para a instrumentação, área em que tem vasta experiência. Com a atualização dos cálculos e a fabricação dos combustíveis pela INB, o próximo o será conduzir testes de viabilidade”.

Raul Lycurgo – Presidente da Eletronuclear. Em seu legado de advogado, levará com ele a pecha de ter sido o pior presidente da história da companhia
Entre os desafios do projeto estarão a fabricação dos componentes críticos, o desenvolvimento do sistema de segurança e controle, instrumentação e monitoramento remoto. Os tubos de calor “que removem o calor e estabilizam termicamente o reator, exigirão soluções de engenharia inovadoras”, diz a CNEN. “O projeto está atualmente no nível de prontidão tecnológica TRL 3, que corresponde à fase de modelagem matemática e estudos preliminares. O objetivo é avançar para TRL 6, o nível em que a tecnologia é demonstrada em um ambiente relevante, mais próximo da aplicação prática.”
Existem vários projetos de microrreatores em diferentes estágios de desenvolvimento ao redor do mundo. Enquanto pequenos reatores modulares são geralmente vistos como incluindo reatores de até 300 MW, os microrreatores são ditos pela Agência Internacional de Energia Atômica como aqueles projetados para até cerca de 20 MW, com os baseados em contêineres vistos especialmente como tendo a capacidade de serem transportados para uma ampla gama de locais potenciais, incluindo áreas isoladas.
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Bom para o programa nuclear brasileiro, não tanto para a eletronuclear, que sequer foi citada pelo pesquisador em sua fala.
Esquecem rapidamente os 35 anos de bons serviços prestados pela central nuclear almirante Álvaro Alberto, ao Brasil.
Gerando energia firme e limpa, e batendo recordes de produção e de segurança.
Não estava em pauta a eletronuclear.
Energia limpa é a eólica.
Eólica é limpa se você ignorar a mineração e refino de terras raras, a pegada de carbono da produção de turbinas eólicas, o back-up de fontes poluentes durante a baixa produção de energia eólica e as toneladas de turbinas eólicas velhas fora de serviço.
Quando ser eleva próximo da mediocridade desaba. É só 🦜.
Estou torcendo para que os cientistas e técnicos brasileiros tenham absoluto êxito nesse projeto !
Porquê não colocam FOCO nos reatores se Tório?! São mais seguros e podem ser transportados num caminhão sem risco de gerar um acidente radioativo com grave chance de contaminação de áreas urbanas.