ANP FAZ RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA À INDÚSTRIA DE ÓLEO E GÁS APÓS ACIDENTE FATAL NO CAMPO DE RIACHUELO 4z36k
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou hoje (29) a publicação do relatório de apuração (disponível neste link) sobre o acidente ocorrido no campo de Riachuelo, operado pela Carmo Energy S.A, em janeiro deste ano. O incidente envolveu a unidade de bombeio de um poço e resultou na morte de um vigilante que realizava ronda na área de segurança da instalação. A agência também fez uma série de recomendações de segurança não só para a Carmo Energy, mas por todos os operadores dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural.
De acordo com o relatório, durante uma ronda de rotina da equipe de vigilância patrimonial, um segurança adentrou a área cercada do motor, redutor e manivelas da unidade de bombeio mecânico de um poço, que naquele momento estava desligada. O equipamento operava no modo “pump off”, em que o bombeamento é interrompido por algumas horas para permitir a recuperação do nível do reservatório, com religamento automático programado.
Enquanto o vigilante permanecia dentro da zona de alcance das partes móveis do equipamento — como manivela e contrapeso —, a unidade foi religada automaticamente, provocando o impacto fatal. A empresa relatou que o socorro foi acionado imediatamente e os primeiros atendimentos foram prestados por testemunhas do acidente. No entanto, devido à gravidade dos ferimentos, o vigilante faleceu ainda no local.
A comissão da ANP identificou três fatores que contribuíram diretamente para o acidente: ausência de sinalização de alerta; posicionamento inseguro do trabalhador; e acionamento automático do equipamento sem aviso prévio. Foram ainda apontadas três causas estruturais do problema: falta de sinalização adequada de segurança; deficiência na comunicação dos riscos inerentes às atividades de exploração e produção; e insuficiência na análise de risco do modo de operação “pump off” das unidades de bombeio mecânico.
Com o intuito de evitar que incidentes semelhantes voltem a ocorrer, a ANP definiu uma série de recomendações. Entre as medidas sugeridas, está a instalação de placas de advertência nas proximidades das unidades de bombeio mecânico, alertando para os principais riscos associados ao funcionamento desses equipamentos.
A agência também orienta a realização periódica de campanhas educativas voltadas à conscientização dos trabalhadores — tanto próprios quanto terceirizados — sobre os perigos presentes nas instalações. Além disso, recomenda-se a adoção de dispositivos sonoros que indiquem com antecedência mínima de um minuto o acionamento remoto das unidades de bombeio mecânico, como forma de mitigar riscos durante sua operação.
Outras providências envolvem a realização de simulados de emergência em áreas terrestres, inclusive em cenários com vítimas, a fim de avaliar a rapidez das equipes de resposta, incluindo o e médico. A ANP sugere ainda a implementação de sistemas de sinalização físicos ou digitais (via GPS) para facilitar o o dos socorristas às instalações, bem como programas de divulgação dos canais de emergência, voltados tanto aos trabalhadores quanto à população do entorno.
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