AMBIENTALISTAS USAM MORCEGOS PARA TENTAR BARRAR A CONSTRUÇÃO DE OLEODUTO DENTRO DE UM TÚNEL SOB O LAGO DE MICHIGAN 4q4n41
Lá como cá. Para os ambientalistas americanos, morcegos podem ser prejudicados com a construção do um túnel sob o lago de Michigan para abrigar o oleoduto da Enbridge da famosa Linha 5, que atravessa os Grandes Lagos numa das fronteiras entre os Estados Unidos e o Canadá. Para os ambientalistas, o túnel “pode destruir pântanos e prejudicar habitats de morcegos”. O túnel é a solução encontrada pela empresa canadense para eliminar as chances de uma âncora de uma embarcação romper a linha e causar um vazamento catastrófico, disse o Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA estuda esta possibilidade como impactos ambientais do projeto proposto. A análise, no entanto, aproxima o Corpo de Engenheiros da aprovação do túnel para a Linha 5 no Estreito de Mackinac. O túnel foi proposto em 2018 a um
custo de US$ 500 milhões, mas tem enfrentado dificuldades legais. O Corpo de Engenheiros acelerou o projeto em abril, depois que o presidente Donald Trump ordenou, em janeiro, que agências federais identificassem projetos de energia para obtenção de licenças de emergência. A avaliação ambiental final está prevista para mais alguns meses, com uma decisão de licenciamento prevista para o final deste ano. Inicialmente, a agência planejava emitir uma decisão de licenciamento no início de 2026.
Com a autorização em mãos, a Enbridge precisaria apenas da autorização do Departamento de Meio Ambiente, Grandes Lagos e Energia de Michigan para poder começar a construir o túnel. Mas isso está longe de ser uma certeza. Ambientalistas, para surpresa de ninguém, têm pressionado o estado para negar a licença. Enquanto isso, a procuradora-geral de Michigan, Dana Nessel(foto a direita), tentam obter decisões judiciais que obriguem a Enbridge a remover definitivamente o oleoduto existente do estreito.
A análise observa que o túnel eliminaria o risco de uma âncora de barco romper o oleoduto e causar um vazamento no estreito, uma preocupação fundamental para os ambientalistas. Mas a construção teria efeitos abrangentes em todos os aspectos, desde a recreação até a vida selvagem, dizem eles. Os ambientalistas chamam a atenção para os seguintes impactos: Muito ruído, vistas prejudicadas por guindastes de 121 metros, luzes de construção degradando as oportunidades de observação de estrelas no Headlands International Dark Sky Park e vibrações que perturbariam a vida selvagem aquática, embora tudo isso terminaria quando o trabalho fosse concluído. Outros impactos seriam mais duradouros, incluindo a perda de áreas úmidas e vegetação em ambos os lados do estreito que conecta o Lago Huron ao Lago Michigan, e a perda de quase 300
árvores que o morcego-orelhudo-do-norte e o morcego-tricolor usam como abrigo. A nivelação e a escavação “também perturbariam ou destruir sítios arqueológicos”, que sequer são ainda conhecidos.
A máquina de perfuração do túnel poderia causar vibrações que poderiam alterar a geologia da área. O solo na área de construção poderia ser contaminado e quase 200 viagens de caminhão por dia durante o período de construção de seis anos degradariam as estradas da região, segundo a análise. A mistura de gás com água que vaza para dentro do túnel poderia resultar em uma explosão, mas a análise observa que a Enbridge planeja instalar ventiladores para ventilar adequadamente o túnel durante a escavação.
A Enbridge se comprometeu a cumprir todas as normas de segurança, replantar a vegetação sempre que possível e conter a erosão, observou a análise. A empresa também afirmou que tentará limitar o trabalho mais barulhento ao máximo durante o dia e compensará os danos às áreas úmidas e às espécies protegidas comprando créditos por meio de bancos de mitigação. Esse dinheiro poderá então ser usado para financiar a restauração em outras áreas. “Nosso objetivo é ter a menor pegada ambiental possível”, disseram autoridades da Enbridge em um comunicado. Enquanto isso, a empresa brasileira Liderroll, que detém a patente para lançamento de dutos em túneis, aguarda o sinal verde para dar continuidade ao projeto de construção do oleoduto. Ele terá 7 quilômetros. Metade dele será construído em descida e a outra metade em aclive. Um desafio gigantesco, porque o túnel terá apenas 5 metros de diâmetro.
Julie Goodwin, advogada sênior da Earthjustice, um grupo de direito ambiental que se opõe ao projeto, disse que o corpo não

Paulo Fernandes, da brasileira Liderroll em visita no local onde o túnel será construído para lançamento do oleoduto
considerou os impactos de um vazamento que ainda poderia ocorrer em ambos os lados do estreito ou interromper o fluxo de petróleo pelos Grandes Lagos. “Minhas principais conclusões são que o Corpo de Exército colocou tapa-olhos a serviço da agenda de combustíveis de fósseis da Enbridge e do presidente Trump.” A Enbridge usa o oleoduto Linha 5 para transportar petróleo bruto e líquidos de gás natural entre Superior, Wisconsin, e Sarnia, Ontário, desde 1953. Aproximadamente 6 quilômetros do oleoduto am pelo fundo do Estreito de Mackinac. Preocupações com a possibilidade de o oleoduto envelhecido se romper e causar um vazamento potencialmente desastroso no estreito têm crescido na última década. Esses temores se intensificaram em 2018, quando uma âncora danificou a tubulação. A Enbridge alega que a linha permanece estruturalmente sólida, mas fechou um acordo com a istração do então governador de Michigan, Rick Snyder, em 2018, que exige que a empresa substitua a parte do estreito da linha por uma nova seção que ficaria envolta em um túnel subterrâneo de proteção.
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