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PROMEAL APOSTA EM PROCESSO INOVADOR PARA PREPARO DE ALIMENTOS E ENTRA NO SETOR DE ÓLEO E GÁS DE OLHO EM NEGÓCIOS NO OFFSHORE 3g72x

Pedro-Lacaz-Amaral_2-e1741987576440-276x300-2Após consolidar sua presença no setor de Defesa, a empresa brasileira Promeal está expandindo para novos mercados. Há quase 10 anos, a companhia fornece rações operacionais (MRE – Meal Ready to Eat) para as Forças Armadas do Brasil. Agora, a meta é ingressar no setor de óleo e gás, oferecendo kits de alimentação com características especialmente adequadas ao ambiente offshore. Em entrevista ao Petronotícias, o CEO e Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Promeal, Pedro Lacaz Amaral, explica que os alimentos da empresa são preparados por um processo inovador chamado termoprocessamento. Esse método dispensa aditivos químicos e preserva o sabor, a cor e a textura das refeições. Além disso, a embalagem impermeável impede a proliferação de micro-organismos, garantindo a conservação dos alimentos. O executivo, que participa nesta semana da feira LAAD, no Rio de Janeiro (RJ), afirma que a empresa intensificará os contatos comerciais e a prospecção no setor de óleo e gás. “Já temos alguns parceiros que atuam em Macaé (RJ), prestando serviços para a Petrobras, por exemplo. Agora, nosso foco é nos aproximarmos dessas empresas, apresentarmos nossas soluções e demonstrarmos os benefícios da alimentação termoprocessada”, destacou.

Para contextualizar nossos leitores, o senhor poderia relembrar a origem da empresa e contar como surgiu a ideia de fundá-la?

Imagem do WhatsApp de 2025-03-17 à(s) 11.30.07_2f37e66dEm 2014, fui convidado pela Marinha para desenvolver uma barraca específica para os Fuzileiros Navais. O desenvolvimento desse produto foi um sucesso e, durante esse processo, em uma visita à Diretoria de Abastecimento, a comandante à época mencionou que havia uma grande necessidade de modernizar as rações operacionais das Forças Armadas. Apesar de não ter experiência direta na área de alimentos, eu tinha um parceiro nos Estados Unidos que fornecia rações operacionais para as Forças Armadas americanas. Conversando com minha sócia, Simone Souza, decidimos investigar a viabilidade desse projeto.

A partir de então, começamos o processo de desenvolvimento, que levou aproximadamente quatro anos, até chegarmos aos resultados esperados. Primeiro, entendemos as necessidades do usuário e, depois, trouxemos produtos de fora para testes com os Fuzileiros Navais. Fizemos diversos testes de campo para avaliar se as melhorias realmente faziam diferença.

Além disso, realizamos várias entrevistas com os usuários finais para identificar o que não funcionava e o que poderia ser aprimorado. A primeira leva de produtos importados teve 100% de aprovação em nossa pesquisa de campo. A partir daí, iniciamos o desenvolvimento no Brasil, criando uma rede de fornecedores locais, já que importar esses itens prontos não fazia sentido devido ao alto custo.

O projeto foi tão bem-sucedido que a Marinha apresentou a nova ração operacional na LAAD alguns anos atrás. Isso chamou a atenção do Ministério da Defesa e das demais Forças Armadas, consolidando nossa presença no setor. Hoje já fornecemos essas barras para a Marinha, com um processo de validação em andamento na Aeronáutica.

Quando falamos em melhorias, não se trata apenas de sabor, mas também de aspectos nutricionais?

petroleiro_em_plataformaExatamente. Um exemplo claro disso é a substituição da jujuba, que fazia parte da ração de náufragos, por uma barra de concentrado alimentar, que chamamos de ração de sobrevivência. Percebemos que, nas Forças Armadas, as normas especificavam que a ração precisava ter, no mínimo, 3.000 calorias. No entanto, grande parte dessas calorias vinham de açúcares simples, sem valor nutricional significativo.

Um exemplo disso eram os isotônicos e refrescos incluídos na alimentação dos militares. Os fuzileiros navais relataram que esses produtos tinham um sabor muito doce e, além disso, deixavam resíduos na caneca do cantil, tornando difícil a limpeza em ambientes onde a água é escassa. Para resolver isso, desenvolvemos repositores de eletrólitos e sucos sem açúcar, dando preferência a adoçantes naturais, sempre que possível, ou artificiais. Além disso, reduzimos significativamente o volume e o peso desses produtos. Antes, os sachês tinham entre 60 e 65 gramas; agora, conseguimos compactá-los para apenas 3 gramas. Isso torna o transporte mais eficiente e evita o problema de sujeira nos recipientes.

Temos trabalhado lado a lado com os nutricionistas das Forças Armadas para garantir que as mudanças tragam benefícios reais para os usuários finais. Um estudo em andamento, por exemplo, envolve a substituição do arroz branco – atualmente o acompanhamento padrão das refeições – por opções mais nutritivas, como arroz integral, arroz de sete grãos, quinoa e grão-de-bico. Esses alimentos aumentam a quantidade de proteínas e fibras sem um impacto significativo no custo.

Agora, queria entender melhor sobre a atuação da empresa no setor de óleo e gás. Como vocês enxergaram esse mercado e quais são os planos dentro desse segmento?

Imagem do WhatsApp de 2025-03-17 à(s) 11.30.07_62b82cd8Pensando principalmente nos alimentos termoprocessados, o grande diferencial é que eles não possuem conservantes, sendo processados de forma semelhante à comida caseira, e tem uma validade de até dois anos sem necessidade de refrigeração. Isso representa uma vantagem enorme para operações em plataformas de petróleo e locais remotos. O transporte e armazenamento de alimentos perecíveis, como carne, são sempre um desafio devido ao risco de contaminação e deterioração. Com nossas refeições prontas, eliminamos essa preocupação, pois elas podem ser estocadas sem refrigeração e preparadas de maneira prática.

Vemos duas aplicações principais para esse mercado. No caso das refeições individuais, cada porção contém cerca de 600 gramas de alimento, sendo 250 gramas de acompanhamento (arroz, por exemplo) e 350 gramas do prato principal (como estrogonofe ou feijoada). Temos também as refeições coletivas para operações que exigem alimentação em maior escala. Desenvolvemos pacotes maiores, já em uso na Marinha, que servem até seis pessoas. Isso facilita a logística em refeitórios montados em locais remotos. Nosso objetivo é expandir essas soluções para o setor de óleo e gás, atendendo às necessidades específicas desse ambiente desafiador.

Como está a estratégia da empresa para conquistar presença nesse mercado de óleo e gás?

petroleiroNosso primeiro movimento tem sido trabalhar na divulgação para levar essa informação ao mercado. Nossa primeira aparição oficial, de fato, acontece aqui na LAAD. Embora não seja uma feira específica de óleo e gás, sabemos que a visibilidade alcança diferentes setores. A partir da próxima semana, vamos intensificar os contatos comerciais e a prospecção dentro do segmento. Já temos alguns parceiros que atuam em Macaé (RJ), prestando serviços para a Petrobras, por exemplo. Agora, nosso trabalho é nos aproximarmos dessas empresas, apresentarmos nossas soluções e mostrarmos os benefícios da alimentação termoprocessada.

O grande desafio é que, atualmente, poucas empresas estão ativamente buscando esse tipo de solução. A alimentação das equipes já faz parte da rotina e, à primeira vista, pode parecer um problema resolvido.

Isso também vale para embarcações. Hoje, muitos desses locais utilizam alimentos enlatados, que geralmente contêm conservantes devido ao processo de fabricação. Além disso, há exigências rigorosas de fiscalização: qualquer lata amassada, por exemplo, deve ser descartada conforme a legislação. Com nossas refeições termoprocessadas, oferecemos uma solução mais eficiente, sem conservantes e com maior segurança alimentar, reduzindo custos e facilitando a logística.

Como funciona o termoprocessamento?

No processo de termoprocessamento, o alimento é preparado e envasado em embalagens, que depois são esterilizadas em uma autoclave. Como a embalagem é impermeável ao oxigênio e a outros elementos externos, o ambiente interno do kit permanece estéril. Isso impede a proliferação de micro-organismos, garantindo a conservação do alimento sem a necessidade de aditivos químicos. Além disso, esse processo mantém todas as características do alimento: sabor, cor, textura… Tudo fica como se tivesse sido preparado na hora.

Para além das áreas de defesa e óleo e gás, a solução da companhia já está sendo adotada em outros segmentos?

mineraçãoPor exemplo, na área de mineração, conseguimos demonstrar que há espaço para melhorias. Já fechamos parceria com uma empresa do setor mineral que ou a adquirir nossas refeições prontas. O principal benefício para eles foi a facilidade de estocagem e distribuição dentro da mina, sem a necessidade de refrigerar os alimentos. Seguimos essa mesma estratégia para óleo e gás: aproximar-nos dos tomadores de decisão e demonstrar as vantagens da nossa solução.

O ponto-chave é a eficiência. Nossas refeições reduzem desperdícios, eliminam a necessidade de refrigeração e trazem maior segurança alimentar. O risco de contaminação, por exemplo, é muito menor quando você já tem a batata pronta, descascada e cozida em embalagem esterilizada, em vez de precisar manusear o alimento in natura.

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